“Projetos Censurados” celebram a liberdade e a memória do 25 de Abril Cultura 24 Abril, 202524 Junho, 2025 A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Instituto Politécnico de Portalegre, assinalou na quarta-feira, dia 24 de abril, os 51 anos da Revolução dos Cravos com o evento denominado “Projetos Censurados”, uma iniciativa que refletiu sobre o impacto da censura antes de 1974, homenageando a conquista da liberdade de expressão. A sessão de abertura contou com as intervenções de Fernando Rebola, vice-presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, João Emílio Alves, Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, e Luís Bonixe, um dos membros da comissão organizadora. O evento teve como objetivo recordar o que era viver num país onde a informação era controlada e muitos projetos culturais e jornalísticos eram silenciados. O programa dividiu-se em dois grandes painéis temáticos. O primeiro, “O audiovisual censurado”, começou às 11h00 e destacou duas investigações. Marta Noronha Sousa, docente na escola anfitriã, apresentou o trabalho “Catempe (1965): Memória silenciada de uma subversão”, sublinhando que “conhecer as obras censuradas é conhecer a época” e que “a realidade não é a preto e branco”, chamando a atenção para a complexidade das interpretações históricas sobre o período da ditadura. Seguiu-se a intervenção de Luís Miguel Cardoso, também docente na mesma escola, que analisou “A censura e a fronteira simbólica no filme O Mal Amado”, de Fernando Matos Silva. No segundo painel, “A política censurada”, que se iniciou ao meio-dia, foram abordadas diversas expressões da repressão política na comunicação social. Adriana Mello Guimarães expôs o tema “A Rabeca: resistência e censura no jornalismo de proximidade”. João Emílio Alves apresentou uma análise sobre “A Guerra Civil Espanhola vista pela imprensa portuguesa censurada”, com uma perspetiva sociológica. Por fim, Sérgio Campos, docente, falou sobre “Silenciar a Liberdade: A Censura à Imprensa durante as Eleições Presidenciais de 1958 no Estado Novo”. Entre os momentos altos do evento destacou-se ainda a apresentação de Luís Bonixe sobre “As vozes dos miúdos que incomodaram a PIDE”, resgatando a história da primeira rádio pirata portuguesa que desafiou o regime ditatorial. Embora o programa previsse o encerramento terminar pelas 13h00, o evento encerrou de forma inesperada. A docente Teresa Coelho leu um poema alusivo à liberdade e à resistência, seguido da audição de uma passagem da música “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de José Mário Branco, num gesto simbólico que sublinhou a atualidade dos ideais de Abril. Autor: Pedro Bilro Share on Facebook Share Share on TwitterTweet Share on Pinterest Share Share on LinkedIn Share