A coligação PPD-PSD/CDS-PP alcançou uma vitória esmagadora na câmara de Portalegre, conquistando 63,03% dos votos e garantindo seis dos sete mandatos em disputa. Este resultado representa uma consolidação clara do poder da coligação, que em 2021 tinha alcançado apenas três mandatos com 38,39% dos votos. O resultado de Fermelinda Carvalho só é comparado com o obtido em 2005, também pela coligação PSD/CDS, tendo obtido, tal como agora, 6 vereadores, deixando um para os socialistas.

O crescimento da coligação tem sido notório ao longo das últimas três eleições. Em 2017, o partido tinha uma minoria, com apenas 13,15% dos votos e um mandato. O grande destaque na altura era a CLIP, Candidatura Livre e Independente por Portalegre, que venceu com 31,60% e três mandatos. Em 2021, o cenário começou a mudar. O PSD, agora coligado com o CDS-PP, ultrapassava pela primeira vez os independentes e os socialistas, conquistando 38,39% e três mandatos, mas ainda sem maioria. Já em 2025, a coligação consolidou esse crescimento de forma categórica, com 7.695 votos, o que representa um aumento de 2.702 votos face a 2021.

O Partido Socialista, que em 2017 ainda disputava a câmara com a CLIP, com 28,89%, sofreu um grande retrocesso, em 2021, já havia caído para 25,35% e agora, em 2025, desceu para 14,56%, elegendo apenas um mandato. Trata-se do pior resultado do PS em Portalegre nas últimas três eleições, tendo perdido cerca de 2,026 votos desde 2017.

Ainda mais drástica foi a queda da CLIP, que desaparece praticamente do mapa político da cidade. Depois de liderar em 2017 com três mandatos, e ainda se manter relevante em 2021 com dois, a candidatura independente não conseguiu eleger nenhum representante em 2025, com apenas 10,24% dos votos, o que revela uma queda de mais de 2.000 votos face a 2021.

O Chega regista um crescimento constante desde 2017, quando em 2021 obteve 1,95%, para 6,73% em 2025, com 821 votos. No entanto, este crescimento ainda não foi suficiente para garantir um mandato na Câmara Municipal.

A CDU manteve a tendência de perda de influência na cidade. De 18,22% em 2017, caiu para 6,56% em 2021 e agora para 3,51%, não conseguindo qualquer mandato em 2025.

O número de votos em branco e nulos manteve-se relativamente estável ao longo das três eleições.

Autor: André Lucrécio